23/06/2009
Por Nazila Fathi
Em Teerã
Estava quente no carro, então a jovem mulher e seu professor de canto saíram para respirar o ar fresco em uma tranquila travessa não distante dos protestos antigoverno aos quais foram participar. Um tiro foi disparado e a mulher, Neda Agha-Soltan, caiu no chão. "Ele me queimou", ela disse antes de morrer.
O vídeo sangrento de sua morte no sábado - que circulou no Irã e ao redor do mundo - transformou Agha-Soltan, 26 anos, cujos parentes disseram que não era politizada, em um símbolo instantâneo do movimento antigoverno. Sua morte está provocando um grande ultraje em uma sociedade embebida na cultura do martírio - apesar da palavra em si ter caído em descrédito, porque o governo tem apontado para as mortes de soldados iranianos como mártires na guerra Irã-Iraque para justificar as medidas repressivas.
O destino de Agha-Soltan repercute particularmente entre as mulheres, que estão na vanguarda de muitos dos protestos que estão ocorrendo no Irã.
"Eu temo que todos os sacrifícios que fizemos na última semana, todo o sangue que foi derramado, tenha sido em vão", disse uma mulher na segunda-feira, que veio lamentar Agha-Soltan do lado externo da mesquita Niloofar daqui. "Eu choro toda vez que vejo o rosto de Neda na TV."
Vídeos, que contém cenas fortes, publicado na internet mostram a morte da jovem iraniana durante os protestos
O UOL Notícias alerta que não é possível verificar a autenticidade das imagens
Os sites de oposição e canais de televisão, que os iranianos assistem por antenas parabólicas, exibem o vídeo repetidas vezes, mostrando o sangue jorrando do corpo de Agha-Soltan enquanto ela morre. Na noite de segunda-feira, já havia 6.860 resultados de busca por ela no site do Google em persa. Alguns sites sugerem a mudança do nome da Rua Kargar, onde ela foi morta, para Rua Neda.
Mehdi Karroubi, um candidato de oposição à presidência, a chamou de mártir em seu site. "Uma jovem, que não empunhava arma em suas mãos macias, nem granada em seu bolso, se tornou vítima de capangas que são apoiados por um horrível aparato de inteligência."
Apenas fragmentos de informação são conhecidos sobre Agha-Soltan. Seus amigos e parentes estão com medo de falar, e o governo tem reprimido as tentativas públicas de lamentá-la. Ela estudou filosofia e tinha aulas secretas de canto -as mulheres são proibidas de cantar publicamente no Irã. Seu nome significa voz em persa, e muitos agora a chamam de voz do Irã.
Seu noivo, Caspian Makan, contribuiu para um verbete da Wikipedia em persa. Ele disse que ela nunca apoiou algum candidato presidencial em particular. "Ela queria liberdade, liberdade para todos", diz o verbete.
Seu professor de canto, Hamid Panahi, ofereceu um vislumbre dos últimos momentos dela.
Ele disse que ambos decidiram ir para casa após se verem pegos em um confronto entre forças empunhando porretes no centro de Teerã. Eles desceram do carro. "Nós ouvimos um disparo e a bala atingiu Neda bem no peito", ele disse. A bala veio do telhado do topo de uma residência do outro lado da rua, talvez disparada por um atirador, ele disse. Em uma postagem no Facebook acompanhando o vídeo, um médico anônimo disse que tentou salvar a vida dela, mas que fracassou porque a bala atingiu o coração.
"Ela era cheia de vida", disse um parente que falou sob a condição de anonimato. "Ela cantava música pop."
O parente disse que o governo ordenou que a família enterrasse Agha-Soltan imediatamente e proibiu os familiares de realizarem o serviço fúnebre.
As forças paramilitares foram rápidas em impedir memoriais por toda parte. Mais de uma dúzia de homens barbados em motocicletas dispersou quase 10 pessoas reunidas do lado de fora da mesquita de Niloofar, na segunda-feira. As autoridades ordenaram as mesquitas a não realizarem serviços fúnebres para quaisquer vítimas das manifestações dos últimos dias.
"Vamos, sumam", eles gritavam, enquanto a polícia observava.
Mas um policial, observando a milícia, disse uma oração em voz alta juntamente com a multidão em honra dela: "Que a paz esteja com o profeta e com a família dela".
A família de Agha-Soltan realizou uma cerimônia privada na segunda-feira, na qual afastaram os repórteres e se recusaram a falar. "Eles não estão autorizados a pendurar nem mesmo uma faixa preta", disse um parente.
Os funerais há muito servem como motivo de encontro político, devido ao hábito de uma semana de lamentos e de um grande serviço fúnebre 40 dias após a morte. Na revolução de 1979, esse ciclo gerava uma oferta constante de novos protestos e mortes.
Mas a narrativa da morte também é importante na tradição que cerca a existência da república islâmica. O governo se coloca no papel de Hussein, o neto do Profeta Maomé, morto por um exército muito maior durante as lutas internas do Islã no século 7, fato que deu origem à seita xiita que predomina no Irã.
Dias de profetas e santos supostamente mortos a serviço da fé enchem o calendário de feriados, ocupando cerca de 22 dias do ano. Logo, a simples adulação pública a Agha-Soltan pode criar um símbolo religioso para a oposição e minar o apoio ao governo entre os fiéis, que acreditam que o Islã abomina a morte de civis inocentes.
terça-feira, 23 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Escassez e excesso
19/6/2009
Agência FAPESP – As áreas utilizadas para cultivo agrícola em todo o mundo contêm fertilizantes demais – ou de menos. E os dois extremos implicam elevados custos tanto para o ambiente como para o próprio homem.
Os fertilizantes sintéticos aumentaram enormemente a produção de alimentos, mas o custo da poluição gerada pelo uso desenfreado tem sido cada vez maior – como a criação de zonas mortas, impraticáveis para o cultivo, em áreas costeiras no Golfo do México e em outros locais. De outro lado, muitas áreas precisam de um uso mais intensivo desses reforços químicos, para repor os nutrientes perdidos por conta da agricultura.
A situação paradoxal é destaque em um artigo publicado na edição desta sexta-feira (19/6) da revista Science, escrito por um grupo internacional de pesquisadores, entre eles o professor Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo, um dos coordenadores da área de biologia da FAPESP.
Os pesquisadores analisaram o cultivo de milho em três diferentes países e contextos: Quênia, China e Estados Unidos. Nas pequenas plantações no país africano, solos antes férteis estão se empobrecendo à medida que os cultivos removem mais nutrientes do que os adicionados pelos esforços de fertilização.
No país mais populoso do planeta, campos são fertilizados de modo mais intenso do que em qualquer outro cenário, atual ou anterior, que tem levado o excesso de fertilizantes para o ambiente, degradando a qualidade da água e do ar, em grande problema ambiental.
O terceiro contexto analisado está no meio-oeste dos Estados Unidos, no qual a quantia de fertilizante empregada na agricultura de milho (em rodízio com a soja) era elevada, mas tem sido reduzida desde a década de 1990.
Os impactos negativos ao ambiente da utilização desenfreada de fertilizantes químicos têm levado muitos especialistas a defender uma drástica redução nesse uso, mas os autores do novo estudo apontam o problema de se adotar uma medida como essa, única, para todos os contextos agrícolas.
Enquanto algumas regiões usam fertilizantes demais, com sérios impactos ambientais, em outras, como na África subsaariana, onde mais de 250 milhões de pessoas estão insuficientemente nutridas, as quantidades adicionadas de nitrogênio, fósforo e de outros produtos são insuficientes para manter a fertilidade mínima do solo.
Na China, onde a fabricação de fertilizantes é subsidiada pelo governo, a produtividade média por hectare aumentou 98% entre 1977 e 2005. O motivo é o uso de reforços como o nitrogênio, cujo uso cresceu 271% no período. “As adições de nutrientes superou em muito as verificadas nos Estados Unidos e no oeste da Europa e grande parte da fertilização excessiva se perde no ambiente, degradando tanto a qualidade do ar como da água”, destacam os autores.
O artigo aponta que agricultores no norte da China usam em média 588 quilos de fertilizantes à base de nitrogênio por hectare cultivado, resultando em uma liberação de 227 gramas de excesso do elemento químico no ambiente. Segundo os pesquisadores, o uso poderia ser cortado pela metade sem perda na produtividade.
No outro extremo estão os países mais pobres do mundo. No Quênia, por exemplo, os agricultores usam em média 7 quilos de fertilizantes à base de nitrogênio por hectare. Muito pouco para repor os cerca de 52 quilos de nitrogênio por hectare que são perdidos anualmente pelas culturas agrícolas.
A diminuição é possível, como verificada nos Estados Unidos, onde o superuso de fertilizantes era a norma entre as décadas de 1970 e 1990. No período, toneladas de nitrogênio em excesso foram parar no Golfo do México, levadas pelo rio Mississipi, formando zonas mortas com quantidades ínfimas de oxigênio.
Desde a década de 1990, entretanto, o uso tem sido reduzido, mas sem impactar a produtividade, devido ao uso de melhores técnicas agrícolas. Mesmo usando seis vezes menos fertilizantes do que os chineses, os agricultores no meio-oeste norte-americano conseguem produtividade semelhante.
Desafio e oportunidade
O Brasil está no meio dos extremos. As áreas cultiváveis não estão sendo nutridas de modo insuficiente e o uso de fertilizantes, em geral, está longe do cenário dramático encontrado na China. Para Martinelli, que também é professor visitante da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, o Brasil está em um momento crucial em relação ao problema, e precisa saber equilibrar corretamente o desenvolvimento agrícola com a proteção ambiental.
Martinelli acaba de produzir um artigo junto com Solange Filoso, do Centro de Ciência Ambiental da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, ainda não publicado, no qual descreve a transformação da agricultura brasileira nas últimas décadas e ressalta a importância de se preservar um de seus bens mais valiosos.
“No futuro próximo, o Brasil poderá se tornar um dos primeiros países a atingir um estágio satisfatório de desenvolvimento ao mesmo tempo em que preserva a sua fenomenal biodiversidade e seus importantes ecossistemas”, destacam os autores no artigo encaminhado por Martinelli à Agência FAPESP.
O artigo apresenta diversos números sobre a evolução da produção agrícola no país. Entre 1961 e 2007, a área plantada com soja cresceu quase 8.000% e a produtividade, mais de 20.000%. A área com milho cresceu menos, dobrando no mesmo período, mas a produtividade aumentou em cinco vezes.
Apenas nos últimos dois anos, por conta da adoção em massa de biocombustíveis, a área plantada com cana-de-açúcar passou de 6 milhões para 9 milhões de hectares. A pecuária continua com o maior uso da terra: cerca de 200 milhões de hectares.
Por outro lado, a área desflorestada na Amazônia aumentou em mais de 400% desde a década de 1970, passando dos 70 milhões de hectares em 2007.
O uso de fertilizantes aumentou grandemente desde a década de 1960: potássio (6.000%), nitrogênio (4.000%) e fósforo (2.500%). Apesar de elevados, os números resultaram em uso ainda muito inferior ao verificado nos países desenvolvidos – e muito abaixo dos valores chineses.
Mas Luiz Martinelli e Solange Filoso apontam que o cenário brasileiro pode piorar rapidamente, especialmente se o país continuar no ritmo atual de desflorestamento.
“Apesar dos avanços econômicos, é fundamental que entendamos que a fronteira agrícola brasileira não pode avançar indefinitivamente. A expansão contínua colocará em risco não apenas a megabiodiversidade da flora e da fauna brasileiras como as funções vitais que os ecossistemas fornecem para sustentar os sistemas agrícolas”, apontam.
Eles destacam a urgência de que os tomadores de decisão e a sociedade compreendam os limites dos ecossistemas e que, se isso ocorrer, há uma boa chance de o Brasil continuar a se desenvolver mantendo a sua biodiversidade, que poderá vir a ser, no futuro, um bem ainda mais valioso do que é hoje. “Devemos agir agora, não amanhã, porque poucos países desenvolvidos tiveram oportunidade como essa”, afirmam.
Os autores apontam ainda a estreita inter-relação entre os ecossistemas e os sistemas agropecuários em todo o mundo. “Podemos dizer, por exemplo, que um porco na China, alimentado com soja brasileira, depende da água da Amazônia”, apontam, lembrando que, de acordo com diferentes modelos climáticos, se o desflorestamento na região amazônica atingir um ponto crítico, haverá uma queda significativa na produção de chuva em outras partes do país.
O artigo Nutrient imbalances in agricultural development, de Luiz A. Martinelli e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
Agência FAPESP – As áreas utilizadas para cultivo agrícola em todo o mundo contêm fertilizantes demais – ou de menos. E os dois extremos implicam elevados custos tanto para o ambiente como para o próprio homem.
Os fertilizantes sintéticos aumentaram enormemente a produção de alimentos, mas o custo da poluição gerada pelo uso desenfreado tem sido cada vez maior – como a criação de zonas mortas, impraticáveis para o cultivo, em áreas costeiras no Golfo do México e em outros locais. De outro lado, muitas áreas precisam de um uso mais intensivo desses reforços químicos, para repor os nutrientes perdidos por conta da agricultura.
A situação paradoxal é destaque em um artigo publicado na edição desta sexta-feira (19/6) da revista Science, escrito por um grupo internacional de pesquisadores, entre eles o professor Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo, um dos coordenadores da área de biologia da FAPESP.
Os pesquisadores analisaram o cultivo de milho em três diferentes países e contextos: Quênia, China e Estados Unidos. Nas pequenas plantações no país africano, solos antes férteis estão se empobrecendo à medida que os cultivos removem mais nutrientes do que os adicionados pelos esforços de fertilização.
No país mais populoso do planeta, campos são fertilizados de modo mais intenso do que em qualquer outro cenário, atual ou anterior, que tem levado o excesso de fertilizantes para o ambiente, degradando a qualidade da água e do ar, em grande problema ambiental.
O terceiro contexto analisado está no meio-oeste dos Estados Unidos, no qual a quantia de fertilizante empregada na agricultura de milho (em rodízio com a soja) era elevada, mas tem sido reduzida desde a década de 1990.
Os impactos negativos ao ambiente da utilização desenfreada de fertilizantes químicos têm levado muitos especialistas a defender uma drástica redução nesse uso, mas os autores do novo estudo apontam o problema de se adotar uma medida como essa, única, para todos os contextos agrícolas.
Enquanto algumas regiões usam fertilizantes demais, com sérios impactos ambientais, em outras, como na África subsaariana, onde mais de 250 milhões de pessoas estão insuficientemente nutridas, as quantidades adicionadas de nitrogênio, fósforo e de outros produtos são insuficientes para manter a fertilidade mínima do solo.
Na China, onde a fabricação de fertilizantes é subsidiada pelo governo, a produtividade média por hectare aumentou 98% entre 1977 e 2005. O motivo é o uso de reforços como o nitrogênio, cujo uso cresceu 271% no período. “As adições de nutrientes superou em muito as verificadas nos Estados Unidos e no oeste da Europa e grande parte da fertilização excessiva se perde no ambiente, degradando tanto a qualidade do ar como da água”, destacam os autores.
O artigo aponta que agricultores no norte da China usam em média 588 quilos de fertilizantes à base de nitrogênio por hectare cultivado, resultando em uma liberação de 227 gramas de excesso do elemento químico no ambiente. Segundo os pesquisadores, o uso poderia ser cortado pela metade sem perda na produtividade.
No outro extremo estão os países mais pobres do mundo. No Quênia, por exemplo, os agricultores usam em média 7 quilos de fertilizantes à base de nitrogênio por hectare. Muito pouco para repor os cerca de 52 quilos de nitrogênio por hectare que são perdidos anualmente pelas culturas agrícolas.
A diminuição é possível, como verificada nos Estados Unidos, onde o superuso de fertilizantes era a norma entre as décadas de 1970 e 1990. No período, toneladas de nitrogênio em excesso foram parar no Golfo do México, levadas pelo rio Mississipi, formando zonas mortas com quantidades ínfimas de oxigênio.
Desde a década de 1990, entretanto, o uso tem sido reduzido, mas sem impactar a produtividade, devido ao uso de melhores técnicas agrícolas. Mesmo usando seis vezes menos fertilizantes do que os chineses, os agricultores no meio-oeste norte-americano conseguem produtividade semelhante.
Desafio e oportunidade
O Brasil está no meio dos extremos. As áreas cultiváveis não estão sendo nutridas de modo insuficiente e o uso de fertilizantes, em geral, está longe do cenário dramático encontrado na China. Para Martinelli, que também é professor visitante da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, o Brasil está em um momento crucial em relação ao problema, e precisa saber equilibrar corretamente o desenvolvimento agrícola com a proteção ambiental.
Martinelli acaba de produzir um artigo junto com Solange Filoso, do Centro de Ciência Ambiental da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, ainda não publicado, no qual descreve a transformação da agricultura brasileira nas últimas décadas e ressalta a importância de se preservar um de seus bens mais valiosos.
“No futuro próximo, o Brasil poderá se tornar um dos primeiros países a atingir um estágio satisfatório de desenvolvimento ao mesmo tempo em que preserva a sua fenomenal biodiversidade e seus importantes ecossistemas”, destacam os autores no artigo encaminhado por Martinelli à Agência FAPESP.
O artigo apresenta diversos números sobre a evolução da produção agrícola no país. Entre 1961 e 2007, a área plantada com soja cresceu quase 8.000% e a produtividade, mais de 20.000%. A área com milho cresceu menos, dobrando no mesmo período, mas a produtividade aumentou em cinco vezes.
Apenas nos últimos dois anos, por conta da adoção em massa de biocombustíveis, a área plantada com cana-de-açúcar passou de 6 milhões para 9 milhões de hectares. A pecuária continua com o maior uso da terra: cerca de 200 milhões de hectares.
Por outro lado, a área desflorestada na Amazônia aumentou em mais de 400% desde a década de 1970, passando dos 70 milhões de hectares em 2007.
O uso de fertilizantes aumentou grandemente desde a década de 1960: potássio (6.000%), nitrogênio (4.000%) e fósforo (2.500%). Apesar de elevados, os números resultaram em uso ainda muito inferior ao verificado nos países desenvolvidos – e muito abaixo dos valores chineses.
Mas Luiz Martinelli e Solange Filoso apontam que o cenário brasileiro pode piorar rapidamente, especialmente se o país continuar no ritmo atual de desflorestamento.
“Apesar dos avanços econômicos, é fundamental que entendamos que a fronteira agrícola brasileira não pode avançar indefinitivamente. A expansão contínua colocará em risco não apenas a megabiodiversidade da flora e da fauna brasileiras como as funções vitais que os ecossistemas fornecem para sustentar os sistemas agrícolas”, apontam.
Eles destacam a urgência de que os tomadores de decisão e a sociedade compreendam os limites dos ecossistemas e que, se isso ocorrer, há uma boa chance de o Brasil continuar a se desenvolver mantendo a sua biodiversidade, que poderá vir a ser, no futuro, um bem ainda mais valioso do que é hoje. “Devemos agir agora, não amanhã, porque poucos países desenvolvidos tiveram oportunidade como essa”, afirmam.
Os autores apontam ainda a estreita inter-relação entre os ecossistemas e os sistemas agropecuários em todo o mundo. “Podemos dizer, por exemplo, que um porco na China, alimentado com soja brasileira, depende da água da Amazônia”, apontam, lembrando que, de acordo com diferentes modelos climáticos, se o desflorestamento na região amazônica atingir um ponto crítico, haverá uma queda significativa na produção de chuva em outras partes do país.
O artigo Nutrient imbalances in agricultural development, de Luiz A. Martinelli e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Bilionário acusado por fraude de US$ 8 bi se entrega nos EUA
19/06/2009 - 07h38
O bilionário texano Allen Stanford, acusado de ter cometido uma fraude de US$ 8 bilhões, se entregou ao FBI depois que as autoridades emitiram um mandado de prisão contra ele.
Stanford já enfrenta uma ação civil iniciada pela SEC, órgão que supervisiona e regula o mercado de ações nos Estados Unidos, por conta da suposta fraude.
Ele se entregou a agentes do FBI que montavam guarda diante da casa de sua namorada, no Estado da Virgínia.
A expectativa é de que ele se apresente a uma corte federal em Houston, nesta sexta-feira, para ouvir as acusações contra ele.
Os detalhes das acusações criminais ainda não foram revelados, mas em fevereiro, a SEC descreveu irregularidades cometidas pelo grupo financeiro Stanford Financial como uma "fraude de magnitude chocante".
O empresário é acusado pela SEC de atrair investidores através de seu banco em Antígua, prometendo altos retornos em certificados de depósitos e outros investimentos, num esquema de "pirâmide". Suas mansões, aviões e outras propriedades foram confiscadas depois que milhares de clientes ficaram incapacitados de receber seu dinheiro de volta.
Stanford afirma que não fez nada de errado.
O bilionário texano Allen Stanford, acusado de ter cometido uma fraude de US$ 8 bilhões, se entregou ao FBI depois que as autoridades emitiram um mandado de prisão contra ele.
Stanford já enfrenta uma ação civil iniciada pela SEC, órgão que supervisiona e regula o mercado de ações nos Estados Unidos, por conta da suposta fraude.
Ele se entregou a agentes do FBI que montavam guarda diante da casa de sua namorada, no Estado da Virgínia.
A expectativa é de que ele se apresente a uma corte federal em Houston, nesta sexta-feira, para ouvir as acusações contra ele.
Os detalhes das acusações criminais ainda não foram revelados, mas em fevereiro, a SEC descreveu irregularidades cometidas pelo grupo financeiro Stanford Financial como uma "fraude de magnitude chocante".
O empresário é acusado pela SEC de atrair investidores através de seu banco em Antígua, prometendo altos retornos em certificados de depósitos e outros investimentos, num esquema de "pirâmide". Suas mansões, aviões e outras propriedades foram confiscadas depois que milhares de clientes ficaram incapacitados de receber seu dinheiro de volta.
Stanford afirma que não fez nada de errado.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Como o exercício ajuda a perder gordura?
Fonte: Sentir Bem
http://www.educacaofisica.com.br/noticia_mostrar.asp?id=6790&utm_source=boletim_eletronico&utm_medium=Edicao-219&utm_campaign=Noticias
Algumas pessoas erroneamente acreditam que exercícios não valem a pena o esforço por causa do pequeno número de calorias gastas.
Existe uma grande confusão nos conceitos perder peso e emagrecer. Eles são muito diferentes, pois perder peso implica “apenas” na perda de quilos na balança. Independe do que foi perdido, se foi água, massa muscular ou gordura as pessoas estão mais preocupadas em perder peso do que emagrecer. Vendo apenas pela balança, não sabemos a qualidade do que foi perdido. Se perdemos mais água será facilmente recuperado se houver uma boa hidratação, agora, se a perda foi mais de massa muscular será prejuízo duplo.
Demora-se mais tempo para ganhá-lo novamente e o mesmo é que é o responsável pelo nosso maior ou menor gasto calórico, principalmente no repouso. Conclusão: a perda de peso baseada em perda de água e músculo é desfavorável para quem quer emagrecer; já quando perdemos gordura efetivamente, o benefício será enorme.
Quando o assunto é Corpo Humano é importante entender que ele é composto por inúmeros elementos que são divididos basicamente em massa gorda (composta por gordura essencial e gordura armazenada) e massa magra (livre de gordura: músculos, ossos, órgãos, líquidos e quaisquer outros tecidos).
Quando o peso que foi diminuído for de gordura você vai sentir sensível diferença nas suas roupas e medidas e não tanto em balança. Isto porque a gordura é menos densa (mais leve) e ocupa mais espaço. Já a massa muscular é mais densa (pesa mais) e ocupa menos espaço.
Quando perdemos gordura, vai embora também um pouco de líquidos, pois juntamente com a gordura armazenamos água. Portanto, cuidado para não se iludir com balança. A perda de balança pode ser facilmente recuperada dependendo do que foi perdido
Aumenta o metabolismo
Algumas pessoas erroneamente acreditam que exercícios não valem a pena o esforço por causa do pequeno número de calorias gastas. Por exemplo, andar queima aproximadamente 5 calorias por minuto. Devido ao fato de ter 7000 calorias em um quilo de gordura, iria parecer que você teria que andar 25 horas e 36 minutos para perder 1 quilo de gordura.
Porém a verdade é que mesmo os exercícios moderados aumentam seu metabolismo (queimando calorias) 3 a 8 vezes, durante horas depois do exercício. O efeito residual do exercício, e não o próprio exercício, é o maior responsável pela queima de calorias.
Mantém os músculos
Já que cada quilo de músculo requer 110-220 calorias para se sustentar e que a gordura é queimada quase que exclusivamente nos músculos, manter seus músculos torna-se crucial se você deseja perder gordura.
Os exercícios requerem que você use seus músculos, o que te permite manter (ou ainda aumentar) a quantidade de músculo que você tem. Não fazendo exercício, você irá perder músculo e reduzir sua habilidade de queimar gordura.
Lembre-se que exercícios podem lhe permitir aumentar sua massa muscular ao mesmo tempo em que você está perdendo gordura, e seu peso pode não alterar. Você irá aproveitar todos os benefícios (visuais e de saúde) de uma melhor proporção gordura/músculo, e é isso o que importa.
Aumenta as enzimas que queimam gordura
Você não pode perder gordura sem que a queime em seus músculos. Os músculos tem enzimas muito específicas que queimam apenas gordura.
Pesquisas demonstram que pessoas que se exercitam regularmente tem muito mais enzimas que queimam gordura nos músculos do que pessoas que não se exercitam.
Em outras palavras, os exercícios aumentam a habilidade do corpo queimar gordura mais eficientemente. Isto significa que quanto mais você se exercitar, quanto mais você usar seus músculos, mais enzimas que queimam gordura seus músculos irão desenvolver para queimar mais gordura.
Conclusão
Os benefícios dos exercícios vão muito além da perda de peso. Simplificando, um corpo "em forma" responde diferentemente as coisas do que um corpo com muita gordura.
Contrariando o que muitas pessoas acreditam, atletas em forma comumente não fazem uma dieta ideal. Mas por causa dos exercícios e seus corpos musculosos com pouca gordura, as conseqüências são mínimas.
Coisas como gordura, colesterol, açúcar, sal, etc. não afetam alguém que está "em forma" da mesma maneira que afeta alguém que é gordo. Pelo ponto de vista médico, exercícios afetam positivamente todos os órgãos do corpo. Exercícios também melhoram seu sono, nível de energia, humor, mente, e trazem um sentimento geral de bem estar.
Quanto mais você fizer, mais você irá querer fazer já que os benefícios continuam a aumentar e você consegue os resultados que está procurando. Para terminar, exercício é fundamental para a perda de gordura como também para o melhoramento da qualidade de vida de uma maneira geral.
http://www.educacaofisica.com.br/noticia_mostrar.asp?id=6790&utm_source=boletim_eletronico&utm_medium=Edicao-219&utm_campaign=Noticias
Algumas pessoas erroneamente acreditam que exercícios não valem a pena o esforço por causa do pequeno número de calorias gastas.
Existe uma grande confusão nos conceitos perder peso e emagrecer. Eles são muito diferentes, pois perder peso implica “apenas” na perda de quilos na balança. Independe do que foi perdido, se foi água, massa muscular ou gordura as pessoas estão mais preocupadas em perder peso do que emagrecer. Vendo apenas pela balança, não sabemos a qualidade do que foi perdido. Se perdemos mais água será facilmente recuperado se houver uma boa hidratação, agora, se a perda foi mais de massa muscular será prejuízo duplo.
Demora-se mais tempo para ganhá-lo novamente e o mesmo é que é o responsável pelo nosso maior ou menor gasto calórico, principalmente no repouso. Conclusão: a perda de peso baseada em perda de água e músculo é desfavorável para quem quer emagrecer; já quando perdemos gordura efetivamente, o benefício será enorme.
Quando o assunto é Corpo Humano é importante entender que ele é composto por inúmeros elementos que são divididos basicamente em massa gorda (composta por gordura essencial e gordura armazenada) e massa magra (livre de gordura: músculos, ossos, órgãos, líquidos e quaisquer outros tecidos).
Quando o peso que foi diminuído for de gordura você vai sentir sensível diferença nas suas roupas e medidas e não tanto em balança. Isto porque a gordura é menos densa (mais leve) e ocupa mais espaço. Já a massa muscular é mais densa (pesa mais) e ocupa menos espaço.
Quando perdemos gordura, vai embora também um pouco de líquidos, pois juntamente com a gordura armazenamos água. Portanto, cuidado para não se iludir com balança. A perda de balança pode ser facilmente recuperada dependendo do que foi perdido
Aumenta o metabolismo
Algumas pessoas erroneamente acreditam que exercícios não valem a pena o esforço por causa do pequeno número de calorias gastas. Por exemplo, andar queima aproximadamente 5 calorias por minuto. Devido ao fato de ter 7000 calorias em um quilo de gordura, iria parecer que você teria que andar 25 horas e 36 minutos para perder 1 quilo de gordura.
Porém a verdade é que mesmo os exercícios moderados aumentam seu metabolismo (queimando calorias) 3 a 8 vezes, durante horas depois do exercício. O efeito residual do exercício, e não o próprio exercício, é o maior responsável pela queima de calorias.
Mantém os músculos
Já que cada quilo de músculo requer 110-220 calorias para se sustentar e que a gordura é queimada quase que exclusivamente nos músculos, manter seus músculos torna-se crucial se você deseja perder gordura.
Os exercícios requerem que você use seus músculos, o que te permite manter (ou ainda aumentar) a quantidade de músculo que você tem. Não fazendo exercício, você irá perder músculo e reduzir sua habilidade de queimar gordura.
Lembre-se que exercícios podem lhe permitir aumentar sua massa muscular ao mesmo tempo em que você está perdendo gordura, e seu peso pode não alterar. Você irá aproveitar todos os benefícios (visuais e de saúde) de uma melhor proporção gordura/músculo, e é isso o que importa.
Aumenta as enzimas que queimam gordura
Você não pode perder gordura sem que a queime em seus músculos. Os músculos tem enzimas muito específicas que queimam apenas gordura.
Pesquisas demonstram que pessoas que se exercitam regularmente tem muito mais enzimas que queimam gordura nos músculos do que pessoas que não se exercitam.
Em outras palavras, os exercícios aumentam a habilidade do corpo queimar gordura mais eficientemente. Isto significa que quanto mais você se exercitar, quanto mais você usar seus músculos, mais enzimas que queimam gordura seus músculos irão desenvolver para queimar mais gordura.
Conclusão
Os benefícios dos exercícios vão muito além da perda de peso. Simplificando, um corpo "em forma" responde diferentemente as coisas do que um corpo com muita gordura.
Contrariando o que muitas pessoas acreditam, atletas em forma comumente não fazem uma dieta ideal. Mas por causa dos exercícios e seus corpos musculosos com pouca gordura, as conseqüências são mínimas.
Coisas como gordura, colesterol, açúcar, sal, etc. não afetam alguém que está "em forma" da mesma maneira que afeta alguém que é gordo. Pelo ponto de vista médico, exercícios afetam positivamente todos os órgãos do corpo. Exercícios também melhoram seu sono, nível de energia, humor, mente, e trazem um sentimento geral de bem estar.
Quanto mais você fizer, mais você irá querer fazer já que os benefícios continuam a aumentar e você consegue os resultados que está procurando. Para terminar, exercício é fundamental para a perda de gordura como também para o melhoramento da qualidade de vida de uma maneira geral.
RECICLAGEM
O QUE É COLETA SELETIVA?
A coleta seletiva é a separação do lixo de acordo com o tipo de material. A coleta seletiva é uma alternativa ecologicamente correta que desvia, do destino em aterros sanitários ou lixões, resíduos sólidos que podem ser reciclados.
BENEFÍCIOS DA COLETA SELETIVA
• DIMINUI a poluição do solo, da água e do ar;
• EVITA o desmatamento;
• MELHORA a limpeza da cidade;
• EVITA o entupimento de bueiros e enchentes;
• REDUZ o consumo de energia;
• PROMOVE economia para as indústrias;
• EVITA o esgotamento dos recursos naturais;
• AUMENTA a vida útil dos aterros sanitários;
• REDUZ os custos da limpeza urbana;
• GERA empregos.
O QUE É RECICLAGEM?
Reciclar é reutilizar materiais que já foram utilizados. Por exemplo, quando eu vou fazer um desenho sem importância eu utilizo papel rascunho e quando não posso mais reaproveitar o papel eu o reciclo. Baseado nisso foram criados os 4 Rs, cada um com um significado.
REDUZIR - como você pode diminuir a quantidade de lixo que você produz;
RECUPERAR - o que já foi usado;
REUTILIZAR - aproveitar para outra coisa o que já foi reutilizado;
RECICLAR - reciclar o que não dá mais para aproveitar.
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PAPEL
RESÍDUOS RECICLÁVEIS
• Papel de Computador
• Jornal
• Saco de Papel
• Papel de Escritório
• Revista
• Impresso
• Papel Branco
• Papel Misto
• Papelão
• Embalagem Longa Vida
RESÍDUOS NÃO RECICLÁVEIS
Carbono
Celofane
Parafinado (Fax)
Metalizado
Laminado
Higiênico
Guardanapo Sujo
Vegetal
Siliconizado
PLÁSTICO
RESÍDUOS RECICLÁVEIS
• Embalagem de Alimentos
• Embalagem de Produto de Beleza
• Embalagem de Produto de Limpeza
• Tampas de Plástico
• Brinquedos
• Peças Plásticas
RESÍDUOS NÃO RECICLÁVEIS
Espuma
Celofane
Fralda Descartável
Adesivo
Embalagem silicionizada
METAL
RESÍDUOS RECICLÁVEIS
• Lata Bebida/Comida
• Bandeja/Panela
• Ferragem
• Grampo
• Fios Elétricos
• Chapas
• Lata Produtos de Limpeza
• Alumínio
• Embalagem Marmitex
• Cobre
• Aço
• Pilhas Normais
• Pilhas Alcalinas
• Baterias (Processo de Reciclagem Especial)
VIDRO
RESÍDUOS RECICLÁVEIS
• Copo
• Frascos
• Garrafas
• Vidros Coloridos
• Jarras
• Lâmpada(Reciclagem Especial)
RESÍDUOS NÃO RECICLÁVEIS
Vidro Automóvel
Pirex
Espelho
Tubo de TV
Óculos
Cristais
--------------------------------------------------------------------------------
QUANTO TEMPO LEVA PARA SE DECOMPOR NO MEIO AMBIENTE . . .
MATERIAL TEMPO
VIDRO 04 MIL ANOS
PLÁSTICO 100 ANOS
PAPEL 06 MESES
LATAS 10 ANOS
CHICLETES 5 ANOS
CIGARROS 01 a 02 ANOS
--------------------------------------------------------------------------------
A RECICLAGEM NO BRASIL
Papel
O consumo anual (por habitante) de papel no Brasil manteve-se estável em 1998, situando-se em 38,4 quilos, ainda distante dos níveis observados em países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos (336,5 kg por habitante). No entanto, estima-se que 35% do papel produzido no país nos últimos dez anos são originados de matéria-prima reciclada. Nos Estados Unidos, esse número é de 27,6%, caindo para 10,8% no Canadá.
Plástico
O consumo anual de plásticos no Brasil gira em torno de 19 quilos. O volume é relativamente baixo se comparado aos índices de outros países, como Estados Unidos (100 kg/hab) e a média na Europa (80 kg/hab.). No campo da reciclagem, 15% dos plásticos rígidos e filme retornam à produção brasileira como matéria-prima, o que equivale a 200 mil t/ano. Nos Estados Unidos, este número é quase cinco vezes maior.
Vidros
A indústria brasileira produz 800 mil t/ano de vidros para embalagens, das quais 35% são recicladas, somando 280 mil toneladas por ano. Os Estados Unidos produziram 11 milhões de toneladas em 1997, das quais reciclaram 37%, correspondendo a 4,4 milhões de toneladas. Índices de reciclagem de vidro em outros países: Alemanha (74,8%), Reino Unido (27,5%), Suíça (83,9%) e Áustria (75,5%).
Latas de Alumínio e Aço
Em 1998, o Brasil atingiu o recorde nacional de reciclagem. Foram mais de 5,5 bilhões de latas recuperadas pela indústria, o que significa uma taxa de 65% sobre o total de latas de alumínios vendidas (8,5 bilhões de unidades). Os números brasileiros superam países industrializados, como Inglaterra (23%) e Itália (41%). Os Estados Unidos recuperam 66%, o que equivale a 64 bilhões de latas por ano. O Japão recicla 73%. Quanto às latas de aço, 35% das latas consumidas no Brasil são recicladas, o que equivale a cerca de 250 mil t/ano. Nos Estados Unidos, 60% das embalagens de folha de flandres retornaram à produção de aço em 1987. Se o Brasil reciclasse todas as latas de aço que consome atualmente, seria possível evitar a retirada de 900 mil toneladas de minério de ferro por ano.
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VOCÊ SABIA QUE . . .
• Para se fabricar uma tonelada de papel, consome-se cerca de 15 árvores;
• Para se fabricar uma tonelada de vidro, consome-se 1,2 toneladas de areia, calcário, barrilha e feldspato;
• Para se fabricar uma tonelada de alumínio, necessitamos de 5 toneladas de bauxita;
• Cada um de nós produz diariamente quase um quilo de lixo. Mas grande parte desse lixo pode ser reciclado.
A coleta seletiva é a separação do lixo de acordo com o tipo de material. A coleta seletiva é uma alternativa ecologicamente correta que desvia, do destino em aterros sanitários ou lixões, resíduos sólidos que podem ser reciclados.
BENEFÍCIOS DA COLETA SELETIVA
• DIMINUI a poluição do solo, da água e do ar;
• EVITA o desmatamento;
• MELHORA a limpeza da cidade;
• EVITA o entupimento de bueiros e enchentes;
• REDUZ o consumo de energia;
• PROMOVE economia para as indústrias;
• EVITA o esgotamento dos recursos naturais;
• AUMENTA a vida útil dos aterros sanitários;
• REDUZ os custos da limpeza urbana;
• GERA empregos.
O QUE É RECICLAGEM?
Reciclar é reutilizar materiais que já foram utilizados. Por exemplo, quando eu vou fazer um desenho sem importância eu utilizo papel rascunho e quando não posso mais reaproveitar o papel eu o reciclo. Baseado nisso foram criados os 4 Rs, cada um com um significado.
REDUZIR - como você pode diminuir a quantidade de lixo que você produz;
RECUPERAR - o que já foi usado;
REUTILIZAR - aproveitar para outra coisa o que já foi reutilizado;
RECICLAR - reciclar o que não dá mais para aproveitar.
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PAPEL
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• Lata Bebida/Comida
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VIDRO
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MATERIAL TEMPO
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PAPEL 06 MESES
LATAS 10 ANOS
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A RECICLAGEM NO BRASIL
Papel
O consumo anual (por habitante) de papel no Brasil manteve-se estável em 1998, situando-se em 38,4 quilos, ainda distante dos níveis observados em países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos (336,5 kg por habitante). No entanto, estima-se que 35% do papel produzido no país nos últimos dez anos são originados de matéria-prima reciclada. Nos Estados Unidos, esse número é de 27,6%, caindo para 10,8% no Canadá.
Plástico
O consumo anual de plásticos no Brasil gira em torno de 19 quilos. O volume é relativamente baixo se comparado aos índices de outros países, como Estados Unidos (100 kg/hab) e a média na Europa (80 kg/hab.). No campo da reciclagem, 15% dos plásticos rígidos e filme retornam à produção brasileira como matéria-prima, o que equivale a 200 mil t/ano. Nos Estados Unidos, este número é quase cinco vezes maior.
Vidros
A indústria brasileira produz 800 mil t/ano de vidros para embalagens, das quais 35% são recicladas, somando 280 mil toneladas por ano. Os Estados Unidos produziram 11 milhões de toneladas em 1997, das quais reciclaram 37%, correspondendo a 4,4 milhões de toneladas. Índices de reciclagem de vidro em outros países: Alemanha (74,8%), Reino Unido (27,5%), Suíça (83,9%) e Áustria (75,5%).
Latas de Alumínio e Aço
Em 1998, o Brasil atingiu o recorde nacional de reciclagem. Foram mais de 5,5 bilhões de latas recuperadas pela indústria, o que significa uma taxa de 65% sobre o total de latas de alumínios vendidas (8,5 bilhões de unidades). Os números brasileiros superam países industrializados, como Inglaterra (23%) e Itália (41%). Os Estados Unidos recuperam 66%, o que equivale a 64 bilhões de latas por ano. O Japão recicla 73%. Quanto às latas de aço, 35% das latas consumidas no Brasil são recicladas, o que equivale a cerca de 250 mil t/ano. Nos Estados Unidos, 60% das embalagens de folha de flandres retornaram à produção de aço em 1987. Se o Brasil reciclasse todas as latas de aço que consome atualmente, seria possível evitar a retirada de 900 mil toneladas de minério de ferro por ano.
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VOCÊ SABIA QUE . . .
• Para se fabricar uma tonelada de papel, consome-se cerca de 15 árvores;
• Para se fabricar uma tonelada de vidro, consome-se 1,2 toneladas de areia, calcário, barrilha e feldspato;
• Para se fabricar uma tonelada de alumínio, necessitamos de 5 toneladas de bauxita;
• Cada um de nós produz diariamente quase um quilo de lixo. Mas grande parte desse lixo pode ser reciclado.

Astrofísica e vida
15/6/2009
Por Fábio de CastroAstrofísica e vida
15/6/2009
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Associados a explosões de energia extrema em galáxias distantes, os surtos de raios gama (GRB, na sigla em inglês) são os eventos eletromagnéticos mais luminosos do Universo desde o Big Bang.
Utilizando modelos matemáticos, um pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) avaliou como a ocorrência hipotética de um desses eventos superenergéticos nas proximidades de um planeta afetaria a vida que porventura ali existisse.
O trabalho teórico sugere que os GRB afetariam gravemente os organismos vivos de um planeta com atmosfera semelhante à da Terra ao destruírem boa parte da camada de ozônio.
O estudo de Douglas Galante, em doutorado realizado no IAG com bolsa da FAPESP, resultou na primeira tese defendida no Brasil em astrobiologia – campo do conhecimento surgido recentemente, proveniente da necessidade da integração de conceitos de diferentes áreas para a compreensão da origem e evolução da vida na Terra e, eventualmente, em outros lugares do Universo.
De acordo com Galante, a astrobiologia – uma interface entre a astronomia e a biologia – aborda questões como a formação e detecção de moléculas pré-bióticas em planetas e no meio interestelar, a influência de eventos astrofísicos no surgimento e manutenção da vida na Terra e a análise das condições de viabilidade da vida em outros planetas ou satélites – em especial a vida microbiana.
“Poucos pesquisadores têm trabalhado com astrobiologia no Brasil, por isso a tese foi a primeira na área. Mas ela está ganhando espaço e estamos formalizando a criação de um grupo de estudos nessa área, envolvendo pesquisadores de várias instituições. No IAG, estamos criando também o primeiro laboratório dedicado à pesquisa em astrobiologia”, disse Galante à Agência FAPESP.
O pesquisador, que prepara seu pós-doutorado, explica que o grupo de pesquisas envolve pesquisadores do IAG, do Instituto de Biociências e do Instituto de Oceanografia da USP, além da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do lnstituto Nacional de Pesquisas Espaciais e da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
“Meu pós-doutorado consiste na coordenação da construção do novo laboratório no IAG, que será voltado à simulação de ambientes planetários e espaciais e terá possibilidade de estudos com material geológico e biológico. O objetivo é estudar como os microrganismos terrestres sobreviveriam em condições diferentes das que estão acostumados – ou seja, em situações de alta radiação, vácuo, de variações bruscas de temperatura, ou grandes extremos de pressão”, disse.
A astrobiologia, surgida há cerca de 15 anos, tem diversas vertentes, como a busca de vida em outros planetas ou satélites. De caráter especulativo, já que nunca se confirmou a existência de vida extraterrestre, essa vertente se baseia em estudar as condições dos exoplanetas para abrigar vida.
“De forma pragmática, os cientistas procuram fora da Terra planetas com condições de conter material genético. A maneira mais simples para isso é buscar água em estado líquido, uma condição não-suficiente, mas necessária”, disse Galante.
“Mas não podemos garantir que toda vida possua DNA e mesmo as concepções sobre as formas de vida conhecidas atualmente estão mudando, com a descoberta de organismos extremófilos, que conseguem viver no fundo da Terra sem luz, sem água e sob pressões incríveis”, contou.
Início do Universo
No estudo, para quantificar os danos à biosfera, Galante utilizou dois microrganismos como parâmetro biológico: as bactérias Escherichia coli e Deinococcus radiodurans. A primeira extremamente sensível à radiação – em especial a ultravioleta – e a segunda altamente resistente a vários agentes deletérios, como radiação ultravioleta e ionizante, peróxidos orgânicos e dessecação.
“A ideia era descobrir quais seriam os efeitos biológicos de um evento astrofísico superenergético e avaliar como essa radiação iria interagir com a atmosfera e com a biosfera do planeta. O que aprendemos é que o efeito de maior importância não seria o impacto direto da radiação, mas sim a ação da radiação ultravioleta e a influência do vento solar decorrente da destruição da camada de ozônio causada pelos surtos de raios gama”, explicou.
Um evento desse tipo, na avaliação feita por Galante, poderia destruir boa parte da camada de ozônio do planeta se ocorresse em qualquer ponto da galáxia.
“No novo laboratório daremos continuidade a esses estudos, avaliando outras variáveis. Teremos uma grande câmara de vácuo para fazer simulações planetárias e espaciais, além de simuladores solares e várias fontes de radiação”, disse. As instalações do novo laboratório ficarão na sede do IAG em Valinhos (SP), no Observatório Abraão de Moraes.
Para realizar o estudo, foi preciso primeiro modelar a fonte do evento astrofísico e, em seguida, a interação da radiação com a atmosfera. Só depois se pôde entender como os GRB iriam interferir na biosfera. “Utilizamos modelos matemáticos com base em dados experimentais de biologia e dados químicos. O que queremos fazer de agora em diante é irradiar organismos vivos e ver como eles se comportam em diversas situações”, disse Galante.
Os GRB foram descobertos pela primeira vez em 1967 por cientistas russos que procuravam detectar testes com armas nucleares. Embora não haja consenso sobre sua origem – especula-se que eles tenham surgido a partir de supernovas – esses eventos são úteis para o estudo da expansão do Universo.
“Eles têm grande importância cosmológica, pois são os eventos astrofísicos de mais alta energia. Servem para medir parâmetros cosmológicos com grande precisão a distâncias imensas, próximas do início do Universo”, disse.
Agência FAPESP – Associados a explosões de energia extrema em galáxias distantes, os surtos de raios gama (GRB, na sigla em inglês) são os eventos eletromagnéticos mais luminosos do Universo desde o Big Bang.
Utilizando modelos matemáticos, um pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) avaliou como a ocorrência hipotética de um desses eventos superenergéticos nas proximidades de um planeta afetaria a vida que porventura ali existisse.
O trabalho teórico sugere que os GRB afetariam gravemente os organismos vivos de um planeta com atmosfera semelhante à da Terra ao destruírem boa parte da camada de ozônio.
O estudo de Douglas Galante, em doutorado realizado no IAG com bolsa da FAPESP, resultou na primeira tese defendida no Brasil em astrobiologia – campo do conhecimento surgido recentemente, proveniente da necessidade da integração de conceitos de diferentes áreas para a compreensão da origem e evolução da vida na Terra e, eventualmente, em outros lugares do Universo.
De acordo com Galante, a astrobiologia – uma interface entre a astronomia e a biologia – aborda questões como a formação e detecção de moléculas pré-bióticas em planetas e no meio interestelar, a influência de eventos astrofísicos no surgimento e manutenção da vida na Terra e a análise das condições de viabilidade da vida em outros planetas ou satélites – em especial a vida microbiana.
“Poucos pesquisadores têm trabalhado com astrobiologia no Brasil, por isso a tese foi a primeira na área. Mas ela está ganhando espaço e estamos formalizando a criação de um grupo de estudos nessa área, envolvendo pesquisadores de várias instituições. No IAG, estamos criando também o primeiro laboratório dedicado à pesquisa em astrobiologia”, disse Galante à Agência FAPESP.
O pesquisador, que prepara seu pós-doutorado, explica que o grupo de pesquisas envolve pesquisadores do IAG, do Instituto de Biociências e do Instituto de Oceanografia da USP, além da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do lnstituto Nacional de Pesquisas Espaciais e da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
“Meu pós-doutorado consiste na coordenação da construção do novo laboratório no IAG, que será voltado à simulação de ambientes planetários e espaciais e terá possibilidade de estudos com material geológico e biológico. O objetivo é estudar como os microrganismos terrestres sobreviveriam em condições diferentes das que estão acostumados – ou seja, em situações de alta radiação, vácuo, de variações bruscas de temperatura, ou grandes extremos de pressão”, disse.
A astrobiologia, surgida há cerca de 15 anos, tem diversas vertentes, como a busca de vida em outros planetas ou satélites. De caráter especulativo, já que nunca se confirmou a existência de vida extraterrestre, essa vertente se baseia em estudar as condições dos exoplanetas para abrigar vida.
“De forma pragmática, os cientistas procuram fora da Terra planetas com condições de conter material genético. A maneira mais simples para isso é buscar água em estado líquido, uma condição não-suficiente, mas necessária”, disse Galante.
“Mas não podemos garantir que toda vida possua DNA e mesmo as concepções sobre as formas de vida conhecidas atualmente estão mudando, com a descoberta de organismos extremófilos, que conseguem viver no fundo da Terra sem luz, sem água e sob pressões incríveis”, contou.
Início do Universo
No estudo, para quantificar os danos à biosfera, Galante utilizou dois microrganismos como parâmetro biológico: as bactérias Escherichia coli e Deinococcus radiodurans. A primeira extremamente sensível à radiação – em especial a ultravioleta – e a segunda altamente resistente a vários agentes deletérios, como radiação ultravioleta e ionizante, peróxidos orgânicos e dessecação.
“A ideia era descobrir quais seriam os efeitos biológicos de um evento astrofísico superenergético e avaliar como essa radiação iria interagir com a atmosfera e com a biosfera do planeta. O que aprendemos é que o efeito de maior importância não seria o impacto direto da radiação, mas sim a ação da radiação ultravioleta e a influência do vento solar decorrente da destruição da camada de ozônio causada pelos surtos de raios gama”, explicou.
Um evento desse tipo, na avaliação feita por Galante, poderia destruir boa parte da camada de ozônio do planeta se ocorresse em qualquer ponto da galáxia.
“No novo laboratório daremos continuidade a esses estudos, avaliando outras variáveis. Teremos uma grande câmara de vácuo para fazer simulações planetárias e espaciais, além de simuladores solares e várias fontes de radiação”, disse. As instalações do novo laboratório ficarão na sede do IAG em Valinhos (SP), no Observatório Abraão de Moraes.
Para realizar o estudo, foi preciso primeiro modelar a fonte do evento astrofísico e, em seguida, a interação da radiação com a atmosfera. Só depois se pôde entender como os GRB iriam interferir na biosfera. “Utilizamos modelos matemáticos com base em dados experimentais de biologia e dados químicos. O que queremos fazer de agora em diante é irradiar organismos vivos e ver como eles se comportam em diversas situações”, disse Galante.
Os GRB foram descobertos pela primeira vez em 1967 por cientistas russos que procuravam detectar testes com armas nucleares. Embora não haja consenso sobre sua origem – especula-se que eles tenham surgido a partir de supernovas – esses eventos são úteis para o estudo da expansão do Universo.
“Eles têm grande importância cosmológica, pois são os eventos astrofísicos de mais alta energia. Servem para medir parâmetros cosmológicos com grande precisão a distâncias imensas, próximas do início do Universo”, disse.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
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União com máquinas vai libertar o cérebro do corpo
Neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, radicado nos EUA vê sistema nervoso como uma "democracia"!
O DESENVOLVIMENTO da neurociência deverá libertar o cérebro do corpo e permitir, por exemplo, que seres humanos explorem o espaço usando máquinas capazes de transmitir movimentos e sensações. A previsão foi feita pelo do neurocientista paulistano Miguel Nicolelis, 48, em sabatina promovida pela Folha anteontem. "Em muito menos de 30 anos, você vai conseguir ter a sua presença à distância". Diretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke (EUA) e do Instituto Internacional de Neurociência de Natal Edmond e Lily Safra, Nicolelis disse também que está "à beira de demonstrar que é balela" a ideia de que o córtex cerebral se divide em áreas.
DA REPORTAGEM LOCAL
O pesquisador é pioneiro no estudo de interações entre cérebro e máquina, e já realizou proezas tecnológicas como fazer um robô no Japão andar impulsionado por ondas cerebrais de uma macaca nos EUA.O objetivo do trabalho é desenvolver próteses neurais que permita a pessoas paralisadas andarem novamente.Nicolelis foi entrevistado pelos jornalistas Gilberto Dimenstein, membro do Conselho Editorial da Folha e Hélio Schwartzman, articulista do jornal, e pela neurocientista Suzana Herculano-Houzel, da UFRJ. A mediação foi de Claudio Angelo, editor de Ciência.
IMAGEM DO BRASIL
Em 1991, cheguei um dia para dar uma palestra na Califórnia e falei que era da Universidade de São Paulo. Quando terminei de falar, um americano olhou para mim e disse: "Isso é perto de Santa Monica?"O que vejo [agora] é o Brasil com algumas coisas no centro da agenda científica mundial. O Brasil, nas projeções que vi, vai se transformar no grande celeiro do mundo, tem a biodiversidade, a possibilidade de ser o primeiro país a se livrar do petróleo, a energia alternativa.
MILIONÁRIOS
Nos Estados Unidos, as pessoas que têm muito dinheiro pensam que é a chance de comprar a imortalidade.A [Universidade] Duke teve várias doações de pessoas que queriam associar o nome delas a uma descoberta. E evidentemente que o governo americano foi muito esperto de criar uma legislação fiscal que ajuda.Aqui no Brasil a relação com dinheiro é outra. As pessoas ainda têm a ilusão de que levam com elas o dinheiro. A elite americana valoriza mais uma educação de alto nível.
BUROCRACIA
É muito mais fácil eu doar dinheiro para a Duke do que para a USP. Se eu quiser hoje pôr o nome da minha avó no anfiteatro da Faculdade de Medicina, provavelmente morro antes de conseguir - e o nome dela nem é tão longo. Quando cheguei aqui no Brasil para criar nosso projeto [o Instituto Internacional de Neurociência de Natal], eu contei: foram 65 assinaturas para provar que eu existia.Quando era aluno da USP, era impossível importar um anticorpo, um insumo. Melhorou muito, mas ainda não é o que um cientista num laboratório de ponta desejaria ter.
OURO DO PENTÁGONO[Ao ser questionado sobre receber dinheiro do Departamento de Defesa americano.] O que eles me pediram foi para criarmos uma forma de, em 30 anos, fazer os veteranos de guerra paralisados voltarem a andar. E estamos chegando lá.O Sidney Simon, que é meu grande amigo americano, falou: "Dinheiro é dinheiro". Não me meto. Dou uma palestra, mostro o que sei fazer, aí entram dez advogados e eles sentam com quem quer doar.
DEUS
Deus, na minha opinião de palmeirense -você acredita se quiser-, é uma necessidade que todos nós temos de explicar de onde viemos. Aparentemente existe uma necessidade do nosso cérebro de contar uma história. Acho que o cérebro é um grande simulador, ele simula a realidade completa, toda a história da nossa vida. E essa história tem que ter um começo, ela tem que ter uma explicação lógica de onde nós viemos. Nesse domínio vem a noção de Deus, a religião.
O CÉREBRO UNIFICADO
Nós vamos publicar daqui a poucas semanas registros do córtex visual em que 12% das células respondem à informação tátil e vice-versa.Faz cem anos que essa ideia [de que o cérebro se divide em "casinhas", cada uma com uma função] se cristalizou. Nós estamos à beira de demonstrar que isso é balela. A função, no cérebro, não é determinada geograficamente. Ela é determinada de acordo com as demandas da tarefa que se impõe ao cérebro.Então, se uma pessoa perde a visão e ela tem que navegar pelo mundo sem o sistema visual, ela remapeia o atributo táctil por todo o córtex, inclusive o visual. Nós estamos abandonando essa ideia de que o cérebro é um grande mosaico e partindo para noção de que o cérebro é uma grande democracia.
PARKINSON[Sobre o tratamento contra Parkinson com estimulação elétrica desenvolvido por sua equipe na Duke.]
Quando começamos a olhar para animais [camundongos] que desenvolviam um Parkinson muito violento e muito rápido, tudo levava a crer que a atividade do cérebro parecia uma crise epiléptica. Então falamos "isso é uma crise epiléptica, vamos tratá-la como se fosse uma". As vantagens de estimular atrás da medula espinhal são várias: é mais seguro, muito mais fácil, muito mais barato. Mas a grande vantagem, do ponto de vista teórico, é que muda a forma de olhar para o cérebro. Ao invés de tentar tratar um lugarzinho, que era o que a teoria anterior achava, você está tratando o circuito inteiro. Do ponto de vista filosófico, isso é uma mudança radical. Já temos os modelos para primatas prontos e nós vamos fazer boa parte desses estudos lá em Natal. Espero que, se os resultados em macacos forem tão bons quanto eles foram nos roedores, no ano que vem a gente começa a fazer esses estudos em humanos.
CORPO MECÂNICOO
pensamento nada mais é do que uma onda elétrica pequenininha, se espalhando pelo cérebro, numa escala de tempo de milissegundos. O que fizemos [com primatas] foi descobrir que é possível ler esses sinais e extrair deles comandos motores capazes de reproduzir num braço mecânico ou numa perna robótica a intenção motora daquele cérebro.TELECINESIAE nós fechamos o circuito: o macaco usou sinais do córtex motor para controlar a prótese e a prótese [usando sensores, quando o pé atinge o chão] mandou informação de volta sem usar o corpo para nada. O cérebro se libertou do corpo de vez. Isso quer dizer que, a longo prazo, nosso alcance como humanos vai mudar completamente. Você vai ter a chance de atuar voluntariamente em um ambiente a milhares de quilômetros da sua presença física.No futuro, em muito menos de 30 anos, você vai conseguir ter a sua presença à distância. A Agência Espacial Europeia analisou nossos trabalhos e concluiu que não tem sentido mandar humanos para Marte. Nós vamos de qualquer jeito, manda algo que nos represente pelos nossos pensamentos.
UNIVERSIDADES
Se estivesse na situação de um jovem hoje, pensaria muito antes de ir para a universidade. Ela precisa mudar demais, se reestruturar tremendamente.As divisões são do século 19, elas têm muito pouco a ver com a realidade. Precisamos criar mecanismos para acelerar e desburocratizar o processo de formação de cientistas. No mundo inteiro.
LULA E PT
Eu não me rotularia um petista, me rotularia um humanista [ao ser perguntado se seu petismo arrefeceu]. E eu e mais 80% da sociedade brasileira acreditamos que o atual governo teve avanços fundamentais.
CIÊNCIA "DO MAL"
A ciência transformou-se em uma coisa misteriosa. Sempre que fazia uma palestra, a primeira pergunta era: "E se isso for usado para o mal?". Vejo na imprensa no mundo inteiro esse afã de "e se fizer um gene desses errado, vai surgir um Frankenstein que vai destruir a raça humana". Pode? Pode.Mas tudo pode. O Palmeiras pode ganhar o título neste ano.Mas as chances são remotas.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Sono criativo
Agência FAPESP – Problema difícil de solucionar? Faltou criatividade? Melhor deixar para lá e ir dormir. Segundo um novo estudo, o sono estimula a criatividade e a solução de problemas. A pesquisa pode ter importante implicações para entender como o sono, especificamente o sono REM, atua na formação de redes associativas no cérebro.
Sono REM (sigla em inglês para “movimento rápido dos olhos”), também conhecido como sono paradoxal, é a fase caracterizada pela presença de sonhos e maior atividade neuronal do que a fase não-REM.
O estudo feito por Sara Mednick, da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, e colegas mostra que a fase REM estimula diretamente o processamento criativo mais do que qualquer outra fase do sono ou mesmo durante o período em que se está acordado.
O trabalho será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
“Verificamos que, para questões ligadas ao que a pessoa está trabalhando no momento, a passagem do tempo é suficiente para encontrar as soluções. Entretanto, para novos problemas, apenas o sono REM é capaz de aumentar a criatividade”, disse Sara.
Segundo ela, aparentemente o sono REM ajuda a chegar a soluções por meio do estímulo de redes associativas, permitindo que o cérebro estabeleça ligações novas e úteis entre ideias não relacionadas. Outro ponto importante é que essa característica não seria por conta de melhorias na memória seletiva.
Para identificar se as melhoras eram devidas ao sono ou simplesmente à redução de interferências – uma vez que experiências durante o período acordado interferem na consolidação da memória –, os pesquisadores compararam períodos de sono com períodos de descanso controlado sem qualquer estímulo verbal.
Aos participantes do estudo foram apresentados múltiplos grupos de três palavras e eles tiveram que falar uma quarta palavra que poderia ser associada com as demais. Foram feitos testes nas manhãs e no fim do dia, com os voluntários divididos entre três grupos: o primeiro que dormiu à tarde e atingiu o sono REM, outro que dormiu mas não atingiu essa fase e um terceiro que ficou em descanso sem dormir.
Segundo o estudo, o primeiro grupo apresentou um aproveitamento 40% melhor nos testes feitos após o período de sono, enquanto os demais não mostraram resultados diferenciados.
Os pesquisadores sugerem que a formação de redes associativas a partir de informações previamente não relacionadas no cérebro, que levam à solução criativa de problemas, seria facilitada por mudanças nos sistemas neurotransmissores durante a fase de sono REM.
O artigo REM, not incubation, improves creativity by priming associative networks, de Sara Mednick e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org/.
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